A atuação jurídica contemporânea passa por uma transformação significativa.

O Advogado deixa de ser apenas o profissional acionado para “resolver conflitos” já instalados e assume um papel preventivo, estratégico e orientador. Essa mudança está diretamente relacionada à valorização dos métodos autocompositivos, como a conciliação e a mediação, e ao reconhecimento de que litígios prolongados geram custos financeiros, emocionais e reputacionais para pessoas e organizações.

Da cultura do litígio à cultura do diálogo

Tradicionalmente, o modelo jurídico brasileiro foi pautado pelo contencioso.

O conflito surge, judicializa-se, aguarda-se decisão. Esse paradigma, porém, revela-se lento, oneroso e frequentemente insatisfatório.

A conciliação preventiva, ao contrário, trabalha antes da disputa tomar forma, mantendo relações e reduzindo riscos.

A atuação estratégica do advogado preventivo

O advogado que atua de forma preventiva:

Identifica potenciais pontos de conflito nas relações pessoais, contratuais ou empresariais.

Orienta seus clientes na tomada de decisões conscientes e juridicamente seguras.

Redige contratos e instrumentos que minimizam ambiguidades e incertezas.

Promove diálogos e negociações que preservem vínculos e interesses mútuos.

Atua não como “defensor de um lado contra o outro”, mas como facilitador da solução.

Competências essenciais para essa nova postura

Comunicação clara e empática.

Capacidade de escuta ativa.

Visão sistêmica de riscos e impactos.

Negociação colaborativa.

Conhecimento técnico aliado à habilidade de gestão de conflitos.

Benefícios para o cliente e para a sociedade.

Redução de custos com processos judiciais.

Agilidade na solução de controvérsias.

Preservação de relacionamentos pessoais e comerciais.

Maior previsibilidade e segurança nas decisões.

Contribuição para um sistema jurídico mais eficiente.

A conciliação preventiva representa um movimento de evolução na advocacia, alinhando-a às demandas sociais por eficiência, cooperação e diálogo.

O advogado que adota essa postura deixa de ser apenas um “resolvedor de problemas” e torna-se estrategista, consultor e guardião das relações. É um passo fundamental para uma prática jurídica mais humana, eficaz e sustentável.